Completamos hoje, 18/03 - 30 dias de decreto de intervenção na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro.
A forma como a INTERVENÇÃO foi anunciada pelo governo federal, teve forte MARQUETAGEM de cunho eleitoreiro, dita pelo ocupante do Planalto como sendo uma JOGADA DE MESTRE, e acompanhada de propaganda oficial em que o governo federal disse que assim como resolveu o problema da economia, vai agora resolver o problema da segurança.
Um povo sofrido, acuado pela insegurança, refém do medo, ansioso por "SOLUÇÃO", acabou criando a expectativa de que veria TROPAS pelas esquinas e avenidas, para que com tranquilidade pudesse circular para escola, trabalho e atividades de vida diária.
Não é assim que a INTERVENÇÃO coloca e prioriza seu modo de atuar. Aliás, é preciso destacar que nesse início, é possível até que a sensação de que os crimes aumentaram possa ocorrer. A criminalidade, com medo do que pode vir, antecipa ações para fazer "reserva", ESTOQUE de carros e motos roubadas, drogas e armas, que espera poder esconder.
Os militares tem sido bem cautelosos e objetivos, procurando mostrar que a INTERVENÇÃO tem apenas o objetivo de REDUZIR as ações criminosas, de apreender ARMAS, reestruturar as policias, restabelecer um mínimo de organização no sistema de segurança pública do estado, e de no médio prazo, lá para JULHO, quem sabe, poder mostrar alguns resultados expressivos.
É uma BATATA QUENTE em todos os sentidos, que só mesmo a competência e profissionalismo das Forças Armadas, pode dar alguma esperança de que dê resultados positivos. A população acredita nas Forças Armadas, mas não acredita no governo federal.
Um problema grave como o da violência e criminalidade no Rio de Janeiro, para ser colocado em patamares civilizados e aceitáveis, demanda tempo e não se dará apenas com ações no campo da segurança. Precisa ser acompanhado de ações, como a de ontem na VILA KENNEDY, onde o "ESTADO", poder público constituído, leva seus serviços para atender a população. É preciso muito mais, porém, já é um caminho.
No campo da segurança em si, algum avanço já pode ser percebido. O simples fato de que fica comprovado que os criminosos não tem como impedir e fazer frente as forças legais, já é altamente positivo. Algumas prisões e a volumosa apreensão de armas nas estradas, além da redução do crime de roubo de carga, e a promessa de combate aos desvios de conduta e corrupção de maus policiais, já trazem um pequeno alento.
Particularmente eu, que sou especialista em "INsegurança", acho que deveríamos ter, até que a Polícia Militar possa novamente retomar com regularidade o policiamento da cidade, uma presença dos militares em algumas VIAS de grande circulação, em pontos estratégicos como ESTAÇÕES DE BRT, TRENS... Não é a especialidade de tropas militares esse policiamento, mas, na situação que vivemos, ele se faz necessário. Se o BRT tivesse esse tipo de policiamento, TRÊS HOMICÍDIOS, somente nesse período de intervenção teriam sido evitados.
No campo político, uma intervenção não é mesmo algo que possa ser considerado BOM, mas, no ponto em que estamos, de completa falência e descontrole por parte do governo PEZÃO, ela era inevitável.
É torcer e rezar para dar certo, ALÉM DE FISCALIZAR, COLABORAR E CRITICAR QUANDO ALGO ESTIVER ERRADO.
O QUE O JB TROUXE
O RIO DE JANEIRO precisa muito de um mínimo de normalidade Institucional e social para sair dessa grave crise em que está mergulhado.