19/06/2019
A Comissão Processante criada para apurar a denúncia de infração político-administrativa contra o prefeito Marcelo Crivella realizou reunião nesta quarta-feira (19) para apresentar o parecer final. O voto do relator Luiz Carlos Ramos Filho (PODE), seguido pelos demais membros da Comissão, apontou que não há responsabilidade personalíssima do prefeito, embora reconheça a ilegalidade do contrato e recomende a apuração da conduta de servidores envolvidos. O processo de impeachment do prefeito será votado na próxima terça-feira (25) e a cassação do mandato depende do voto favorável de 2/3 dos parlamentares, equivalente a 34 votos.
O relatório reconhece que as concessionárias sofreram fatores imprevisíveis que afetaram o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, mas o valor deste desequilíbrio foi calculado considerando apenas os dados apresentados pelas próprias empresas, sem análise da Prefeitura. A Comissão Processante afirma que o prejuízo sofrido equivale a 5 anos de extensão de prazo ? em vez dos 7 anos concedidos pelo Poder Executivo ? e sugere a responsabilização de servidores que, segundo o relator, conduziram o processo de forma açodada e pulando etapas.
O vereador Luiz Carlos Ramos Filho esclarece que o chefe do Poder Executivo somente responde se for comprovado que agiu com dolo ou culpa manifesta, o que não foi observado. "Não se vislumbra conduta irregular imputada pessoalmente ao prefeito Marcelo Crivella. Não resta dúvida, contudo, quanto à imprescindível análise da conduta dos servidores que não cumpriram requisitos legais", afirmou.
Para o vereador Paulo Messina (PRB), integrante da Comissão, o parecer final é isento e não agrada nem ao governo, nem à oposição. O parlamentar acompanha o voto do relator e aponta erros grosseiros na condução do processo, em favor das empresas. "Os contratos são ilegais, não houve o cuidado com a coisa pública. Mas o relatório aponta para erros dos técnicos, e não do prefeito", concluiu. O presidente da Comissão, vereador Willian Coelho (MDB), também acompanhou o voto do relator, acrescentando que o relatório é imparcial e traz a realidade dos fatos.
A Comissão Processante vai apresentar um Projeto de Decreto Legislativo para sustar o efeito dos contratos ilegais.





