UNIÃO E AÇÃO - POIS O QUE NÃO ADIANTA NADA É DIVISÃO E INAÇÃO
Nos encontramos na Defensoria. Lá ficamos sabendo que deveríamos ir ao prédio da Defensoria Pública no terminal Menezes Cortes. Éramos um grupo de 40 e poucas pessoas. A maioria de servidores aposentados, mas também alguns ativos sem salário. Saúde, Educação, Sefaz, Seplag, Uerj, Cultura, gente de várias secretarias ou órgãos.
Alguns desesperados. Quando chegamos, o grupo ficou aguardando na calçada, enquanto a Graciete, que é professora da Seeduc e da Faetec, mora em Campos e veio com mais três servidoras ao Rio, subiu para ver se conseguia ser recebida.
Neste momento, enquanto nos encaminhávamos para aguardar o seu retorno, vi o deputado Atila Nunes saindo do restaurante. Fui falar com ele e disse que éramos todos servidores. Ele parou para conversar com o grupo. Disse que nossa situação seria solucionada com a aprovação do projeto em Brasília, de recuperação fiscal dos Estados falidos. E que a aprovação era garantida. Depois disso bastava o Estado pegar o empréstimo e acertas os pagamentos. Perguntamos o tempo mínimo para isso acontecer. Ele estipulou em até 20 ou 30 dias. Até lá vamos morrer de fome, né?
Subimos. O defensor público José Aurélio nos informou sobre a ação. Assim como todas as outras ações que pediam no STF o arresto do caixa do governo para pagamento dos servidores, a ação da Defensoria foi indeferida no fim do ano, para acolher o pedido do governo do fim dos arrestos. Dissemos a ele que o TJ tinha ganho uma liminar ontem para arrestar o caixa. Ele disse que não sabia dessa informação e foi checar a veracidade.
Voltou dizendo que era verdade e que então abria sim, um precedente, e que a Defensoria entraria com uma nova ação pedindo o mesmo tratamento em nome de servidores aposentados e pensionistas. Informou que todos os sindicatos tinham ações a favor do pagamento dos salários dos ativos também. Pediu que entrássemos em contato com a Defensoria na segunda da semana que vem para obtermos novas informações.
O grupo saiu do prédio e acabou se dispersando. Eu, Sandra Borges, Monica Lima, Soneli Cruz e Janaína resolvemos ir à ALERJ. Lá chegando avistamos o deputado Flávio Serafini. Soneli pediu que ele nos atendesse. Fomos até a sala do partido e conversamos sobre a situação desesperadora dos servidores sem salário. Ele informou tudo o que o partido dele vem fazendo para tentar ajudar mas foi sincero em dizer que a ALERJ é a casa do PMDB. Sendo assim pouco se consegue lá dentro a nosso favor. Mas combinou de receber os servidores na semana que vem, para uma conversa com os deputados.
Mais para o fim da semana informo o dia e a hora para que todos possam comparecer.
Conclusão: o que a gente percebe é que há boa vontade em nos ouvir, mas ações efetivas no sentido de solucionar nossa situação seriam essas: o governo federal liberar dinheiro para o pagamento, o STF obrigar o governo a nos pagar, respeitando a isonomia ou...TACAR FOGO EM ROMA.
Infelizmente acho que só a última alternativa realmente mudaria todo o quadro caótico que os servidores vivem neste momento. Como isso aqui não é o Paraguai e o povo, salvo raríssimas exceções, aceita ser entubado sem anestesia, vamos continuar sangrando.
Eu me sinto privilegiada por ter feito parte do grupo que hoje, saiu do comodismo e da aceitação do caos que nos rodeia e resolveu agir. Se até semana que vem nada de novo acontecer nossa ação será mais efetiva e impactante. Já combinamos entre nós. Entendo os que são idosos, enfermos, moram longe ou trabalham. Você que está sem salário e não foi mas poderia ter ido, acho bom colocar a mão na consciência. O futuro é sombrio. Essa noite vou dormir com minha conta corrente na mesma situação. Mas em paz com minha consciência.
Abraços.
Jane Mary
Nota do Blog: Reprodução na íntegra de comentário feito com a narrativa do encontro de servidores ativos, aposentados e pensionistas na DEFENSORIA PÚBLICA do RJ.
Parabenizamos o grupo, e nós também vamos dormir com a consciência tranquila, pois buscamos fazer a nossa parte.